Decidi! Vou escrever sobre o casamento real.
Olha, não tinha a intenção. Não mesmo.
A Kate é muita bonita. Até pode ser motivo de inspiração. O William… Bom, o príncipe é assunto para as mulheres. Ainda assim, queria ficar longe desse papo.
Acontece que não dá. Pra todo lado que olho, tem fotos, imagens, textos sobre o casamento. Seria uma conspiração? Não sei. Sei apenas que o casamento desses jovens ingleses despertou a atenção da mídia mundial. E, convenhamos, a mídia só faz cobertura de assuntos que rendem audiência – logo, bons resultados no faturamento. Gente como a gente não rende notícia. Só se fizer milagre ou cometer algum ato muito escabroso.
Eu queria muito entender tamanho interesse. É sério. Será que se trata de um fenômeno psíquico? As mulheres sonham com príncipes? Os homens, com princesas? Estariam projetando no casamento de Kate e William algum desejo inconsciente?
Nessas horas, preferia o próprio Freud para tentar explicar.
Recordo que, historicamente, há uma identificação com a nobreza. Os pobres proletários sempre amaram a nobreza. Reis e rainhas, príncipes e princesas e outros tantos de “sangue azul” são alvo dos olhares apaixonados (vale dizer que amor e ódio se confundem) de um povo que parece carente de glamour.
Nas rodinhas de trabalhadores, os senhores feudais eram alvo de comentários. Os bastidores das cortes geravam buxixos. Ainda hoje é assim. Prova disso são as dezenas de revistas de celebridades disponíveis nas bancas. E como exemplo de “acontecimento” isto se confirma no casamento do príncipe e da “plebéia”.
Nem como fato histórico – com implicância social, política, econômica ou cultural – a união de ambos tem algum valor. Contudo, milhões de pessoas em todo mundo não desgrudaram os olhos da tevê nesta sexta-feira. Ontem, fui alvo de uma dezena de perguntas sobre o casal – como se isto me interessasse.
Sinceramente, sei pouco sobre este casamento. Para mim, tem a mesma importância que a fofoca de que Edson Celulari e Claudia Raia, mesmo separados, andam “ficando”… Mas confesso que, neste momento, diante da catarse mundial pelo casamento, repito a pergunta do técnico Mourinho: por quê?