Embora cristão, não faço das minhas crenças uma bandeira. Quem está mais perto de mim (minha família, alunos e alguns amigos), sabe que raramente uso argumentos religiosos em minhas falas ou cito o divino. Talvez para alguns isso me torna um péssimo cristão, afinal, diriam, não dou testemunho da minha fé. Quem sabe estejam certos. Mas continuo pensando que há uma banalização dos temas religiosos e principalmente um exagero em explicações simplistas a respeito da vida e do mundo, com base nas crenças alimentadas pelas diferentes religiões. Vive-se a loucura constante de encontrar motivos para dizer que o fim está chegando.
Entretanto, pela natureza da minha fé, também fico constrangido quando vejo pastores alvo dos noticiários pelas bobagens que falam. A última foi desse pastor evangélico americano que previu o fim do mundo para o último sábado, dia 21.
Virou motivo de piada. O fim do mundo não chegou e mais uma vez cristãos do mundo inteiro são ridicularizados.
Pior. O cara agora se justifica dizendo que refez as contas e que o apocalipse será em outubro.
Sabe o que vai acontecer? Outubro vai chegar e, de novo, ele vai errar.
Essa história de prever o fim do mundo (ou a volta de Cristo) faz parte da história de muitas igrejas. Aqui em Maringá um certo missionário fez isso anos atrás. Outros também tiveram tal ousadia ao longo dos anos. O erro foi cometido inclusive por gente que acabou por fundar a Igreja Adventista.
Toda vez que alguém prediz o fim do mundo, uma explicação aparece quando o erro “profético” se torna evidente. Todas justificativas são pouco convincentes e quase sempre visam amenizar a vergonha que causam aos seus fiéis a fim de mantê-los presos aos seus ensinos. Apesar do “estrago” que causam, muitos conseguem sobreviver a ridicularização pública que sofrem – contando quase sempre com a memória curta de alguns e com a fé inocente de outros tantos.
Sempre foi assim. Não será diferente agora. O que apenas lamentamos é a incapacidade daqueles que não conseguem ver o que está diante de seus olhos e vivem à procura de ilusões. Quem sabe, como se diz por aí, porque “de ilusão também se vive”.