Todas as vezes que vejo os resultados dos exames da OAB fico pensando numa questão que me incomoda profundamente:
– Exame da Ordem avalia a ética do sujeito?
Acho interessante o sistema. Não acho que deveria ser abandonado. Entretanto, entendo que algumas coisas são questionáveis.
A lista preliminar do Exame de Ordem Unificado divulgada na última sexta-feira, 22, trouxe um dado assustador. De cada 10 participantes, nove foram reprovados. Foi o menor índice de aprovação desde a unificação (prova única para todo o país), ocorrida em 2009.
Será que o problema está na formação dos futuros advogados? As escolas é que são muito ruins ou a prova não estaria em sintonia com a realidade das faculdades de Direito?
Para mim, os números apresentados após cada novo Exame não respondem essas questões.
Cá com meus botões, acho que o sistema criou um sistema paralelo de ensino, o dos cursinhos – um verdadeiro esquema “caça-níquel”. Quem não faz cursinho, não passa.
E a principal pergunta sequer tem a ver com o que se estuda em sala. Tem a ver com o compromisso do profissional com seu cliente, com a sociedade em que vive.
Acho o trabalho do advogado importantíssimo. É ele quem ajuda a fazer justiça, a equilibrar relações desiguais. Porém, uma carteirinha da OAB não garante ética, mas coloca esse sujeito no mercado de trabalho.
PS – Não tenho respostas para estas questões. Entretanto, penso que o assunto merecia um amplo debate.