As indiretas até são um recurso de comunicação em alguns casos. Porém, nos relacionamentos amorosos, quase sempre dão errado. Sabe aquela coisa da pessoa querer falar, mas não ter coragem e ficar rodeando, contando histórias para ver se o outro se toca? Pois é… Não é legal fazer isso.
Às vezes, a mulher quer falar que o parceiro anda muito acomodado. Aí aparece com essas conversas…
– Ahh, amor, a fulana estava me contando que o marido dela lava a louça pra ela todos os dias…
– Meu pai era ótimo!!! Não tinha um fim de semana que não preparava o café da manhã e levava pra minha mãe na cama.
Embora essas situações pareçam pequenas, quase sempre soam como cobrança para o outro. E incomodam muito mais do que um pedido direto do tipo: “você poderia me ajudar em casa?” ou “adoraria que vez ou outra preparasse o café da manhã pra mim”.
Tem gente que, infelizmente, além de abusar das indiretas, faz uso delas para situações mais graves. A pessoa pode estar incomodada que o marido ganha pouco e aí usa o cunhado, o vizinho, o irmão como referência… Elogiando, demonstrando o quanto a pessoa é empenhada em melhorar na carreira etc etc.
Tem também aquelas pessoas que estão insatisfeitas na cama e aí também usam das indiretas para falar da mulher do amigo que é “tarada”, do marido da irmã que sempre a leva no motel… E tem ainda aqueles totalmente sem bom senso que tomam como referência alguma ex-parceira, ex-parceiro.
Essas indiretas magoam, agridem. Muitas vezes, mexem até com a autoestima da pessoa. E geralmente não trazem resultado algum para o relacionamento. Quem escuta esse tipo de indireta frequentemente, se não reage verbalmente, sente-se mal e fica com muita raiva do outro. Quase sempre a reação interior é mais ou menos esta:
Não acha o outro o máximo? Então por que não vai procurá-lo?
Sabe, eu entendo que as indiretas podem ser uma forma de evitar o confronto direto. Na verdade, a gente quase sempre acha que ser “sútil” é melhor que dizer toda a verdade. Porém, as indiretas são uma forma de comunicação destinada ao fracasso, pois produzem ressentimentos… E geram a sensação de comparação. E toda vez que somos comparados e “perdemos” para o outro, sentimo-nos inferiores.
Por isso, por mais que pareça doer, o confronto direto é ainda a melhor maneira de expor ao outro o que espera dele. Com gentileza, respeito e escolhendo a hora certa e as palavras adequadas, quem aposta no diálogo sincero, desenvolve a intimidade no relacionamento e tem mais chance de viver bem a dois.