Ninguém tem obrigação de saber sobre tudo. E isso nem é possível. Contudo, ter uma noção da realidade brasileira ajudaria nossa gente a pensar melhor em suas escolhas eleitorais, por exemplo.
Dias atrás, descobri, por exemplo, que estima-se que o Brasil tenha cerca de 6,9 milhões de famílias sem moradia – gente que mora de favor, em casas emprestadas, barracos, junto com outros familiares ou simplesmente se abriga em prédios como o que pegou fogo e desabou em São Paulo.
Por outro lado, o país tem aproximadamente 6 milhões de imóveis desocupados. Alguns deles há muitos anos.
Enorme contradição, né?
Afinal, se a gente pegasse esses imóveis desocupados e colocasse as pessoas que não têm casa para morar neles, o problema de habitação estaria praticamente resolvido.
Evidentemente, isso não é tão simples. E nem é possível numa cultura capitalista, que preserva a propriedade privada e prevê que cada pessoa conquiste a própria casa – mesmo que seja por meio de algum programa de incentivo federal.
E por falar em programa federal, o que dizer dos projetos desenvolvidos para contemplar os mais pobres em suas necessidades?
Bom, a coisa não funciona tanto quanto gostaríamos. São as pessoas mais pobres que mais sofrem com a ausência de moradias. E, pior, programas como o Minha Casa Minha Vida contemplam uma parcela muito pequena da população que ganha até três salários mínimos – justamente os mais carentes.
Na prática, os mais pobres são excluídos inclusive daquilo que deveria ser um direito básico: ter onde morar.