A pesquisa Ibope divulgada na semana passada trouxe um dado preocupante: seis em cada dez brasileiros ainda não sabem em quem votar ou não pretendem votar em ninguém para a presidência.
Esse número preocupa, porque indica um distanciamento cada vez maior entre a população e o poder. O efeito é péssimo. Afinal, o Brasil das decisões fica cada vez mais nas mãos de uma minoria enquanto o povo se mantém fora do jogo.
Além disso, a eleição poderá ser decidida por menos da metade da população. E o próximo presidente chegaria ao Palácio do Planalto sem o respaldo da grande maioria dos eleitores – o que, teoricamente, deve comprometer de imediato a governabilidade.
O Brasil está há pelo menos 4 anos sem um presidente que seja respeitado pela população.
Isso não é nada positivo. As pessoas acabam mantendo-se distantes do que está acontecendo e, principalmente, deixam de acreditar no futuro.
Ao terem poucas expectativas, o nível de empreendimento das pessoas se torna cada vez menor e o efeito para a economia é ruim: o país não cresce.
É possível reverter esse cenário? Infelizmente, nós, cidadãos, não temos muito controle sobre isso. Cabe à classe política refletir sobre esse sentimento de desesperança do eleitorado e reagir oferecendo melhores alternativas à população, inclusive no que diz respeito aos candidatos. E se nada fizerem, que pelo menos façamos a escolha do menos pior.
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