Do mais contextualizado, diversificado e complexo. Talvez em nenhum outro país do mundo, seja tão difícil identificar contra quais grupos de pessoas existem reações e tratamentos negativos, depreciativos.
A ideia de que o Brasil é resultado da miscigenação, da mistura entre brancos, negros e índios, acaba por esconder nossos preconceitos.
A impressão que se tem é que somos um povo misturado. E se somos misturados, todos são aceitos igualmente.
Mas, na prática, não é isso que acontece.
Há um preconceito velado, silencioso, muito mais nocivo que aquele aberto, conhecido e reconhecido por todos.
No Brasil, entre os extremos branco rico e preto pobre, existem outras tantas hierarquias que motivam atitudes, comportamentos preconceituosos.
Por aqui, chega-se ao ponto da pessoa que não tem a pele totalmente preta colocar-se numa condição de “não sou negro”.
Essas gradações múltiplas resultam numa sociedade em que o combate aos preconceitos é muito mais difícil, porque, de certo modo, todo mundo tem algum preconceito contra alguém ou um grupo de pessoas.
Não se trata apenas do negro. Por aqui, é o branco em relação ao pobre… O pobre em relação à pessoa gorda… A pessoa gorda em relação ao homossexual… O homossexual em relação ao religioso… O religioso cristão em relação ao espírita… O acadêmico em relação ao que abandonou os estudos…
A lista é ampla e assustadora.
A legislação não dá conta de contemplar todas as dinâmicas que funcionam na sociedade.
E isso só reforça a tese do quanto nós, brasileiros, precisamos crescer como humanos na busca de um olhar justo e respeitoso em relação a todas as pessoas.
Esse vídeo da Djamila Ribeiro (ativista e mestre em filosofia política) fala bem sobre isso, apesar do título ser sobre Feminismo Negro ela fala um pouco dessa mistura que o Brasil tem e a questão racial…
Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/video/video/O-feminismo-negro-entrevista-com-Djamila-Ribeiro
Bom dia!
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