As redes sociais na internet potencializaram os jogos de aparência. Muitos de nós criamos personagens de nós mesmos. Uma imagem falsa de si, mas que se sobrepõe ao que de fato a pessoa é.
Projeta-se algo e vive-se o que foi projetado. Nas redes.
A pessoa vira refém da imagem. É necessário se mostrar bem-sucedida, com vida amorosa bem resolvida, bons relacionamentos, amizades… Uma vida social invejável.
Na vida real, todo mundo tem problema. Mau humor, fracassos profissionais, desencontros afetivos… Contas pra pagar, viagens horríveis – ou até a impossibilidade de fazer um passeio bacana. Isso tudo faz parte do cotidiano das pessoas.
Li recentemente uma observação feita por um autor: problemas financeiros todo mundo tem; até o homem mais rico do planeta. E é fato. Os problemas com dinheiro, do todo-poderoso da Amazon, Jeff Bezos, são diferentes dos nossos, mas certamente ele tem que enfrentar problemas para lidar com investimentos, com empresas concorrentes, gente querendo a grana dele… E até o recente divórcio, que deve fazer com que metade da fortuna dele fique com a ex-esposa. Dividir o patrimônio bilionário não será algo divertido para ele.
Ninguém gosta de expor seus fracassos. Nem a rotina pouco empolgante do dia a dia. A gente quer mostrar nossa melhor face. É preciso mostrar-se feliz.
E, particularmente, não vejo nada de mal nisso. Eu mesmo exponho muito pouco da minha vida, das coisas que faço… Apresento apenas um recorte. Não é ruim. Passaria a ser um problema se a imagem que as pessoas fazem de mim nas redes pautasse minhas decisões diárias, minhas escolhas.
Precisamos ser quem de fato somos. Autênticos. Sem exageros. Sem amarras. Apenas verdadeiros – não por causa dos outros; mas em respeito a nós mesmos, a nossa identidade.
Excelente texto, verdadeiro e triste realidade.
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