Temos a tendência de imitar os comportamentos alheios. Isso é nosso, uma característica humana. Justamente por isso os exemplos são muito mais poderosos que as palavras na educação dos filhos. Mas não para por aí.
Existem algumas condições que favorecem ou potencializam a imitação.
A primeira delas é a autoridade ou relevância que atribuímos ao outro. Já ouviu alguém falar que o bom exemplo tem que vir de cima? Pois é… A frase parece senso comum, mas, na prática, é comprovada cientificamente. Pessoas famosas ou que possuem certos status referenciam o comportamento alheio. Essas pessoas são imitadas.
Os homens de Brasília, por exemplo, referenciam o comportamento de parcela considerável da sociedade. O que eles fazem por lá, de certo modo, autoriza o comportamento coletivo no campo da ética, da moral, dos costumes. Vale o mesmo para o chefe, para o diretor da empresa…
Pessoas corajosas, simpáticas, descoladas também são imitadas. Sabe aquela garota que se destaca no grupo? O jeito dela, o modo de vestir, de falar, as coisas que ela faz… Quase todas as amigas querem ser com ela. Algumas chegam a invejá-la.
Outra condição essencial para nos levar a fazer coisas que não faríamos é o grupo. Lembra de como se sentia quando estava com os amigos na adolescência, na juventude? Lembra de coisas que você teve coragem de fazer e que, sozinho, nunca teria feito? O grupo tem esse efeito sobre nós. Se todo mundo está fazendo, a gente também faz.
A consciência de como somos influenciados por fatores externos é fundamental para que, racionalmente, avaliemos nossas atitudes cotidianas. Na moda, por exemplo, se todo mundo usa, preciso usar? Será que esse “todo mundo” não é resultado de um comportamento imitativo? Por que eu também preciso imitar?
Essa atitude reflexiva, racional, vale para toda e qualquer situação.
Sabemos que as redes sociais, por exemplo, em função dos algoritmos, criam bolhas, ambientes nos quais temos a impressão que uma verdade se estabelece. Precisamos seguir essa “verdade”? Não há outra forma de pensar, se comportar, responder ou lidar como uma determinada situação?
A capacidade humana de racionalizar nos diferencia dos animais. Portanto, que sejamos mais autênticos; logo, mais humanos.