Você convive com pessoas que falam que você errou, ou apontam seus erros?
A tese de que a verdade liberta é maravilhosa. Mas ela deve compreender as diferentes esferas da nossa vida. E uma delas envolve a abertura para ouvir alguém dizer: você está errado!
Nós relacionamentos interpessoais, existem poucas pessoas com disposição para nos confrontarem. Isso acontece basicamente por duas razões: primeira, é preciso ter muita coragem para chegar diante de uma pessoa e apontar os erros dela; segunda, porque raramente aceitamos a crítica dos outros. Geralmente nos fechamos, não admitimos que estamos errados e até nos afastamos de quem tem determinação de apontar nossas falhas.
Por isso, nossos erros quase sempre são pauta das fofocas alheias. As pessoas falam de nós, mas não falam para nós. E como há muita maldade nas pessoas, parte do que se diz é mentira, exagero… Enfim, todo mundo se apequena nessa dinâmica.
Como não dá pra mudar o mundo, podemos começar por nós.
O primeiro passo é reconhecer que só nos tornamos pessoas melhores, profissionais melhores, pais melhores, quando sabemos onde estamos errando.
Quem nunca foi demitido sem saber no que estava falhando? Quem nunca perdeu um relacionamento, amoroso ou de amizade, sem saber direito por quê?
É fato que muitas de nossas ações ou omissões que incomodam as pessoas são reflexo de nossa personalidade. Às vezes, não estamos dispostos a mudar essas coisas, até gostamos desses “defeitos”. Ainda assim, quando alguém diz que o erro que cometemos está relacionado a esse traço de personalidade, podemos ao menos dizer: cara, desculpa, mas eu prefiro perder uma amizade a mudar isso em mim, prefiro não ficar nesse emprego a fazer diferente. Ou seja, se alguém nos confronta, temos a chance de mudar ou de aceitar conscientemente os efeitos negativos dos erros cometidos – noutras palavras, “não ficamos no escuro”.
O segundo passo é efeito do primeiro: se entendemos a importância de sermos confrontados quando estamos falhando, adotamos uma atitude positiva diante das criticas recebidas. Elas sempre virão de forma respeitosa? Não. Quase nunca serão gentis e nem serão feitas de maneira amorosa, nem haverá empatia. As críticas frequentemente serão exageradas, outras tantas vezes, serão agressivas. Ainda assim, a disposição para ouvi-las nos permite filtrar a fim de encontrarmos naquilo que parece um ataque aspectos que podem ser mudados em nossas práticas diárias.